sexta-feira, 4 de julho de 2008

Desabafo de um cidadão incorformado

Passada a euforia inicial (que você pode perceber olhando a figura do post anterior), vamos agora aproveitar esse “direito de resposta” para propiciar um melhor entendimento aos cidadãos de bem que acompanham pela mídia toda essa bagunça que alguns ousam chamar de movimento estudantil.

Basta uma rápida pesquisa na internet para que você encontre textos explicativos sobre o verdadeiro Movimento Estudantil, por exemplo: “Por muito tempo o movimento estudantil era sinônimo de credibilidade e de respeito, graças às inúmeras pessoas que lutaram ao longo do tempo, e principalmente no período militar, para que os estudantes tivessem melhores condições de estudo e liberdade de expressão. E além de defender os direitos de todos os cidadãos.”

Hoje temos um bando de inconsequentes fazendo uso de um movimento de luta legítimo, sério e responsável.

Neste “Blog da Ocupação” podemos claramente perceber algumas reivindicações deste grupo incoerente: não ao REUNI, restaurante universitário, moradia, transporte, etc.

Ninguém pode negar que esse é um país livre (em parte isso é devido ao VERDADEIRO MOVIMENTO ESTUDANTIL) e todos podem expor e lutar por suas idéias, mas é inaceitável utilizar-se do prestígio de um movimento sólido para esconder desejos medíocres. Esses jovens arruaceiros não pararam para pensar (espero que seja esse o motivo) que só conseguiram o acesso a Universidade Pública por conta do processo de expansão que hoje é chamado de REUNI. Aparentemente não desconfiam que a grande maioria dos trabalhadores deste imenso país precisa pagar para ter acesso ao ensino superior.

Ao invés de agradecer por ter acesso a uma universidade gratuita (e acredito que melhor que muitas universidades particulares) os “garotos birrentos” choram para ter transporte gratuito. Talvez eles queiram também que alguém pegue em suas pequenas mãos para atravessar a rua.

Invadir e destruir um prédio público para “retirar um reitor corrupto” quando o que se quer na verdade é conseguir moradia gratuita não é um ato digno de respeito.

Esses jovens são incapazes de perceber que estão sendo manipulados por anarquistas de partidos nanicos que pregam ainda hoje conceitos comprovadamente errôneos.

Felizmente essa estupidez não é unanimidade entre os estudantes (percebi isso nas discussões através de comunidades do Orkut). Então podemos ter a esperança de que o próprio tempo se encarregue de desmascarar (sem trocadilhos) esse bando de acéfalos.

Também no Orkut, pude perceber que existem pessoas que sequer fazem parte do quadro de estudantes da Universidade e aproveitam o momento para protestar por sabe-se lá o quê. Um exemplo é o Sr. Fábio Pinto (na realidade Fábio Soares Pinto) que estimula a violência com frases de efeito extraídas de livros às vezes duvidosos. Esse sujeito possui um site intitulado “Juventude Libertária – Resistência Popular” que se empenha em fazer com que a bagunça impere nas instituições de ensino Brasil afora. Esse rapaz é morador da Praia Grande (um pouco longe de Guarulhos) e acho que poderíamos chamá-lo de combatente cibernético contra o regime autoritário imposto por sei lá quem onde quer que seja...

Será que ele recebe de alguém para se empenhar tanto nas comunidades de estudantes? Algum dos nossos “heróis” já perguntou a ele quais suas intenções?

Tenho a certeza de que um dia esses jovens poderão utilizar melhor sua energia, mas enquanto isso não acontece é inaceitável que eles se utilizem do MOVIMENTO ESTUDANTIL como desculpa para suas ações impensadas.

É de se esperar que os “pensadores” deste movimento sem pé nem cabeça vão dizer que esse texto foi escrito por algum fascista da UNIFESP. Mas, acreditem ou não, posso adiantar que nada disto foi encomendado por alguém de lá. Considerem isto como um desabafo de alguém que acredita na luta por melhores condições de TODOS e não por migalhas que favoreçam uma pequena parte da população.


Cidadão inconformado.
Guarulhos, 04 de julho de 2008.

2 comentários:

BPI - Conhecimento Livre disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
BPI - Conhecimento Livre disse...

Ya Basta!
Aos reacionários “pequenos burgueses”, que desaprovam a ação popular, criminalizando os movimentos sociais! Já conhecemos suas razões de ser!


Por razões obvias o “pequeno burguês reacionário”, desaprova a legitimidade da reação popular, como ato político e de resistência aos acontecimentos que assolam a classe explorada. Pois são esses mesmos colaboradores da minoria privilegiada, que criminalizam movimentos sociais, que surgem das indignações criadas pelo sistema vigente, baseado na exploração do homem pelo homem. E esses mesmos burgueses realmente não precisam se preocupar com isso, porque estão mais interessados no que vai passar no próximo capitulo da novela, de sua televisão de plasma a prestações a perder de vista, preocupados com seu carro novo ou que pretende comprar e etc. Então, não importa a opinião escrota que saia da boca da classe privilegia ou de quem colabore para que essa classe mantenha-se onde esta. E o que mais me revolta não é só o “burguês” ou o “pequeno burguês”, discriminar a ação popular, os movimentos sociais realmente combatíveis, os estudantes que não se calam e não aceitam como uma oportunidade “divina” do Estado o fato de estar estudando em uma faculdade publica. Estamos preocupados com coisas mais relevantes, que vão alem deste pensamento pequeno burguês imbecil, criado pelo individualismo neoliberal. Gostaria muito de saber de qual movimento estudantil que este "cidadão inconformado" esta querendo dizer? Será que é o movimento estudantil da “democracia neoliberal?” O movimento estudantil do dialogo democrático que nos conseguimos com a luta pela liberdade de expressão no período militar? Que movimento este cidadão quer construir?


Bom, pelo o que o “cidadão inconformado” escreveu aqui podemos até entender o que realmente quer dizer com essas palavras de revolta em relação aos estudantes arruaceiros, baderneiros, violentos e etc. Acho que este cidadão não esta realmente inconformado, pelo contrario, este cidadão esta completamente conformado. Prefere sentar e assistir o poder da classe privilegiada, porque, ou faz parte dela, ou não compreende a relação de poder entre (Estado, Capital, Classe explorada e Classe exploradora). Por que as relações entre poder e resistencia estão bem mais próximas do que o “cidadão inconformado” expressa em suas palavras. O fato esta na reação de cada individuo em relação às atrocidades não só do reitor da Unifesp, mas de toda a classe burguesa, pois alguns se calam e outros se revoltam. E os que se calam tem seus motivos para fazer isso e os que se revoltam também. Acho que os que se calam, se omitindo diante os fatos, estão colaborando muito para que as coisas se mantenham no (Statu quo) do mundo contemporaneo globalizado, onde a minoria se previlegia da exploraçãodo homem pelo homem. E dizer que estar em uma “faculdade publica é uma oprtunidade e devemos agradecer”. É um fato realmente lamentavel, mostrando com o que o “cidadão inconformado” esta realmente preocupado. Se preocupa em defender a instituição de um modo geral, sitando o (Reuni) como algo benéfico aos estudantes, sendo isto para mim uma opinião “fascista inrrustida” e disfarçada de “inconformidade”. Para não me estender mais acho que o “cidadão inconformado” esta muito conformado e confortavél com suas opiniões via INTERNETE, tentando deslegitima a ação popular. E este confortavel estado de se sentir privileviado pelo estado, esta inevitavelomente corroendo a sociedade, que vive alienada e agradecendo as migalhas esmoladas da classe privilegiada.


Só para ilustrar melhor:
Enfim, o inimigo maior, o adversário estratégico (embora a oposição do Anti-Édipo a seus outros inimigos constituam mais um engajamento político): o fascismo. E não somente o fascismo histórico de Hitler e de Mussolini - que tão bem souberam mobilizar e utilizar o desejo das massas -, mas o fascismo que está em nós todos, que martela nossos espíritos e nossas condutas cotidianas, o fascismo que nos faz amar o poder, desejar esta coisa que nos domina e nos explora.

Michel Foucault – (Por Uma Vida Não-Facista)/2004





A Ação Direta legitima a luta popular!
Viva a resistência!